Carubbian Festival – uma reportagem fotográfica

carubbian festival

Eu já falei um pouco do Carubbian Festival aqui, mas como uma imagem vale mais que mil palavras, uma reportagem fotográfica e com vídeo vai dar uma ótima idéia do que se trata. A oportunidade para as fotos veio na semana passada, quando foi inaugurado o posto de informações turísticas de San Nicolas, desenhado pelo meu querido marido. Olha só que lindão que ficou:

vista da fachada do posto

detalhe do interior

banda tocando

A inauguração teve show de música típica

O Carubbian é uma festa popular, promovida pelo ministério de turismo, que tem a intenção de preservar e mostrar a cultura popular, com música, artesanato e comidas típicas. Ele acontece em San Nicolas, todas as 5ªs feiras, das 18h às 22h. Os hotéis costumam vender um pacote que dá direito a transporte, ao show (que é a única parte paga do festival) e fichas para gastar lá – toda a comida vendida pode ser paga com fichas. Para os mais aventureiros, também é possível ir de ônibus de linha, que sai direto dos hotéis e cujo ponto final é bem na rua do festival.

mesa de pães e doces

vendedor de água de côco

confeiteira local

banca de artesanato

Artesanato local

banca de bijuterias

Eu, que sou do tipo que sempre está precisando de um brinco novo, adoro esse tipo de banca.

detalhe da banca de quadros e bijoux

banca de pulseiras coloridas

artesão

visão geral da rua

Outro motivo para ir ao Carubbian é conhecer o lendário Charlie’s Bar. Esse é um bar que existe há 71 anos, e, como tudo em San Nicolas, nasceu em função da refinaria. Dizem que a comida é ótima, mas o que chama a atenção mesmo é a decoração feita com milhares de badulaques trazidos por clientes. As pessoas costumam levar para lá alguma coisa típica do seu país ou da sua cidade e isso passa a fazer parte da decoração do bar.

fachada Charlie's Bar

vista do interior Charlie's Bar

Não dá pra ver muito bem, mas o lugar é apinhado de tranqueiras, inclusive o tetol

detalhe da fachada Charlie's Bar

A verdade é que visitar San Nicolas é atração turística até para nós de Oranjestad. O perfil da população é totalmente outro, inclusive lá é mais comum escutar inglês que papiamento. Em termos de perfil de habitantes é como se houvessem duas Arubas. Os moradores de Oranjestad, de modo geral, são de uma colonização mais antiga. Aruba  – ao contrário de Bonaire e Curaçao – nunca teve escravos. Para quem não sabe, os holandeses foram grandes mercadores de escravos e eles usaram suas colônias na época: Suriname, Curaçao, Bonaire e Sint Maarten como entreposto para o comércio negreiro. Aruba foi colonizada depois que a escravidão já tinha acabado, então quando os holandeses decidiram colonizar Aruba, os habitantes eram basicamente indígenas. De lá pra cá já houve muita miscigenação e muita imigração: de holandeses, chineses, filipinos, de muitos países sulamericanos e também de outras ilhas do Caribe. Mas, quando você pensa num arubiano da gema, tipicamente, ele não vai ser negro nem mulato.

Até que veio a refinaria, instalada em San Nicolas. Quando a refinaria veio, a cidade nem existia. Ela passou a existir como moradia para os trabalhadores dela. E esses trabalhadores vieram, em sua quase totalidade, de outras ilhas do Caribe. A quase totalidade das ilhas caribenhas fala inglês, as ilhas que, como Aruba, não tem o inglês como sua língua materna são exceção, o inglês é falado na grande maioria das ilhas. Então habitante típico de San Nicolas é negro, tem o inglês como sua língua materna e é protestante. Outra contribuição dos imigrantes que vieram para San Nicolas foi a parte musical. Foram eles que trouxeram os ritmos caribenhos que deram início ao carnaval arubiano 58 anos atrás.

Então, para finalizar, vou deixar um vídeo do Carubbian, com casais dançando merengue, que é um ritmo originário da República Dominicana e que não tem nenhum arubiano que não saiba dançar. :)

Carubbian Festival

A temporada de chuvas de Aruba

chuva vista da nossa casa

Chuvarada de hoje de manhã

Pode-se dizer que hoje oficialmente começou a temporada de chuvas de 2012 em Aruba. A chuva veio tarde e, pelo que estamos vendo, essa vai ser uma temporada bem seca, devido ao El Niño.

Eu expliquei um pouco como é o clima em Aruba nesse tópico aqui, mas o que as pessoas querem saber mesmo é quando chove e quanto chove. Então vamos às linhas gerais: se você vier entre fevereiro e agosto, a probabilidade de chuvas é bem pouca e mesmo que chova, não vai ser todos os dias, muito menos o dia inteiro.

Isso significa que a temporada de chuvas vai de meados de setembro até meados de janeiro. Setembro e janeiro são meses em que a possibilidade de chuvas é grande, mas ela não costuma ser constante. Um dia chove, outro dia não e por aí vai. Quando chove? Normalmente de madrugada ou de manhã.

Agora vamos à temporada de chuvas mesmo: de outubro a dezembro. Como costuma ser? Depende. Depende se nesse ano temos influência do El Niño, de La Niña ou de nenhum dos dois. Em 2010 nós tivemos a influência de La Niña e eu tenho pena dos turistas que vieram no outono daquele ano. Choveu todo santo dia desde a metade de setembro até a primeira semana de janeiro, inclusive ficamos mais de uma semana literalmente sem ver o sol porque durante estes dias choveu o dia inteiro, algo muito raro em terras arubianas. Os arubianos comentavam que nunca Aruba tinha ficado tão parecida à Holanda. :)

No ano passado tivemos uma temporada “normal”. O normal é que chova praticamente todos os dias, mas a chuva costuma ser de madrugada ou no máximo, de manhã. Depois sai o sol de rachar e em pouco tempo você esquece que choveu. No final de dezembro a chuva já foi rareando e em janeiro choveu bem pouco.

Já este ano está sendo um ano muito caloroso e seco. Hoje caiu a primeira chuvarada da temporada e segundo as previsões, esse outono vai ser bem seco. A chuva costuma vir em forma de uma forte pancada, como na foto abaixo e costuma ir embora igualmente rápido. Assim, que se você resolver aproveitar alguma das muitas promoções da baixa temporada (tem 4 estrelas com diárias de $180 😉 ), venha sem medo, porque, pelo menos esse ano, a probabilidade de você ficar o tempo todo dentro do hotel é nula.

pancada de chuva

Dicas para economizar na sua viagem a Aruba

Se você está pensando em vir para Aruba, mas está preocupado com os gastos, esse post é para você. Eu fiz uma coletânea de dicas para economizar na viagem e aproveitar a ilha como um local.

  • Venha na baixa estação local: entre maio e novembro. Os meses de outubro e novembro são um pouco mais chuvosos (apesar que menos que o verão brasileiro), mas de forma geral a baixa temporada equivale a preços baixos, bom tempo, praia e piscinas relativamente vazias.
  • Compare os preços dos hotéis. Apesar de julho ser um mês de baixa estação em Aruba, algumas operadoras de turismo cobram preços iguais aos de janeiro para os turistas incautos. O preço médio da diária em janeiro costuma ser 50% mais alta que em julho. Leia o meu post ultra detalhado, onde eu falo sobre todos os hotéis da orla marítima. Existem hotéis familiares (com cozinha completa), existem hotéis que servem para quem só precisa de uma boa cama para dormir e existem os resorts com uma estrutura completa para quem não quer ter que sair do hotel para nada.
  • Abra mão de certas coisas. Claro que se todo mundo pudesse ficaria uma longa temporada no resort mais luxuoso, mas se você não puder, eleja os critérios mais importantes para você: melhor praia ou agitação noturna, passar o dia no hotel ou fazer muitos passeios, comodidade ou aventura, pé na areia ou atravessar a rua.
  • Amplie seu leque de opções. Aruba tem muita, mas muita variedade no quesito lugares para se hospedar. Os resorts de Palm Beach são só uma parte desse leque. Aqui também é possível se hospedar por menos de cem dólares a diária e ficar em um apartamento ou por esse preço em um timeshare pé-na-areia, o que possibilita uma estadia mais longa para quem gosta.
  • Não se hospedar num hotel que não seja pé na areia não significa ficar longe da praia. Alguns hotéis não são pé na areia, mas estão exatamente em frente, você só tem que atravessar uma rua bem mais estreita e menos movimentada que a Vieira Souto ou a rua de Boa Viagem, em Recife. E eu nunca ouvi ninguém reclamar que teve que atravessar a rua nos excelentes hotéis à beira mar do Brasil. A foto abaixo foi tirada no portão de um hotel que fica em Eagle Beach. Vejam a distância do hotel à praia. A diária de um hotel que não seja pé-na-areia pode custar menos que 1/3 do preço de um resort.
eagle beach vista da entrada de um hotel
  • Não tenha medo de “passar fome” se ficar em Eagle Beach ou Oranjestad. Um dos comentários mais bizarros que eu já vi foi alguém dizer que se você se hospedar em Eagle Beach vai ter que pegar um táxi para ir comer. Todos os hotéis de Eagle Beach tem, pelo menos um restaurante grande e uma lanchonete. A maioria tem uns quatro restaurantes, que variam no tema: pizzaria, carnes grelhadas, etc. Isso significa que no mínimo você vai ter o restaurante do próprio hotel e os restaurantes dos hotéis que estão ao redor dele. Desde 2012 o cassino Alhambra inaugurou um shopping atrás dele com várias opções para comer e comprar. O shopping fica bem em frente aos hotéis Casa Del Mar, Aruba Beach Club e Manchebo e acrescenta ainda mais opções de lugar para comer within walking distance. Além disso, Eagle Beach é a região com restaurantes mais sofisticados de Aruba, seja por restaurantes de renome que ficam dentro de hotéis ou por aqueles que ficam à parte. Em Oranjestad, você vai ter uma variedade enorme de restaurantes (os meus preferidos ficam lá, aliás), é o lugar de compras por excelência e os preços serão mais acessíveis.
  • Se você quiser passar uma longa temporada e não tem muita grana, procure pousadas (apartamentos). Leia o post onde eu explico em detalhes esse tipo de hospedagem.
  • Se você quiser se hospedar em um timeshare, eu ofereço o serviço de procurar ofertas para a semana que você quiser. Procurando ofertas e falando com proprietários, dá para conseguir preços tão em conta quanto $500 por uma semana na baixa temporada.
  • Planeje sua viagem com antecedência. Isso significa pelo menos uns 4 meses. Eu intermedio o aluguel de quartos de timeshare, mas se você me mandar um email 1 mês antes de vir, dificilmente eu vou conseguir alguma coisa, muito menos barato. Lembrem-se que Aruba recebe turistas americanos e europeus, que planejam sua viagem com até mais de um ano de antecedência.
  • Todos os restaurantes oferecem água com gelo aos clientes. Isso porque a água encanada de Aruba é de excelente qualidade e os arubianos têm muito orgulho disso. Os garçons ficam passando e enchendo o copo dos clientes com a maior boa vontade. Se não não fizer questão de pedir alguma bebida, não tenha vergonha. Eu mesma nem sempre peço algo para beber quando comemos fora, isso porque água para mim já está de bom tamanho.
  • Sempre pergunte ao garçom se o restaurante tem algum menu especial. Aqui é muito comum que eles ofereçam um menu com opções reduzidas e ótimo preço. São super comuns por exemplo: Christmas menu (menu de natal), Easter menu (menu de páscoa), Koningsdag menu (menu de dia de aniversário do rei) entre outros. Então, na dúvida, sempre pergunte, que você pode ter uma boa surpresa, como nós tivemos. Além dos menus de datas festivas, a grande maioria dos restaurantes oferece o early bird menu, para clientes que vêm jantar antes das 19h.
  • Se você gosta de beber na praia, uma boa dica (dada por uma amiga experiente) é comprar garrafinhas de destilados no free shop da vinda. Você pode colocar as garrafinhas na bolsa ou no bolso e gastar só com um refrigerante ou suco daí você aproveita a sua bebida para preparar o seu próprio drink sem gastar tanto.
  • Outra coisa que vale a pena são pequenas bolsas térmicas. Todos os hotéis tem sua própria máquina de gelo à disposição dos hóspedes. Então, o que muita gente faz é ir ao supermercado, comprar suas bebidas e descer para a piscina com a bolsa cheia. Se você for alugar carro para conhecer praias distantes do hotel, também vale a pena passar no supermercado para se abastecer com latinhas de bebida ou mesmo água e evitar os preços excessivos dos bares de praia.
  • Não tenha medo de preparar seu lanchinho no buffet de café da manhã. Se você sair do buffet com alguma fruta e um sanduíche, ninguém vai te olhar feio. Os turistas americanos e canadenses sempre fazem assim e todo mundo está acostumado.
  • Aluguel de carro em Aruba é bem mais barato que no Brasil. Na baixa temporada, diárias a partir de $35 e na alta a partir de $42. Não existe uma locadora com os melhores preços. O mercado é bem competitivo e eles vivem fazendo promoções, assim que sempre pesquise e compare.
Para finalizar, uma anedota: em fevereiro eu conheci uma família de gaúchos que veio por um mês. Eles ficaram numa pousada no meio da ilha, pagando menos de cem dólares a diária. Alugaram carro, fizeram todos os tours das operadoras e conheceram todas as atrações que quiseram, além de ir para Curaçao por 4 dias. Eles davam risada dizendo que seus amigos pensavam que eles estavam nadando em dinheiro, quando na verdade tinham gastado menos que gastariam pelo mesmo tempo no litoral do Brasil.
divi divi eagle beach

Ayo Rock Formation

Uma das atrações mais singulares de Aruba são as formações rochosas que ficam no interior da ilha. A minha favorita é Ayo (pronuncia-se áio), um parque que combina caminhadas com paisagens singulares e lugar para fazer piquenique. Vejam a peculiaridade: Aruba é uma ilha bastante plana e em meio a toda essa planície surgem essas rochas imensas, com formas curiosas, que ninguém (ainda) sabe qual a origem. É suficiente para despertar curiosidade geológica em qualquer um. Cada vez que vamos lá e levamos amigos, cada um tem sua teoria de como essas imensas rochas foram parar lá: restos de meteoritos, erupção vulcânica (apesar de Aruba não ser uma ilha vulcânica), cataclisma que tirou rochas do fundo do mar e jogou em cima da terra, extraterrestes…A questão é essas rochas imensas estão lá dispostas em posições que desafiam a lógica e vale a pena ver.

Como chegar a Ayo

 

placa indicativa do parque

O Ayo fica a meio caminho entre os hotéis e o parque Arikok, com suas cavernas, dunas e piscina natural, mas isso fica para outro post. O caminho a tomar é o Hato, o mesmo que eu recomendei para quem quiser chegar de carro até Baby Beach. E logo após passarem pela minha padaria favorita, é preciso virar à esquerda. O último trecho para chegar ao parque é em estrada de terra. Esse trecho não por si só não justifica o aluguel de um carro 4 x 4, mas como o parque é pequeno o suficiente para ser visitado em uma hora, é melhor combinar sua visita com o parque Arikok, que esse sim tem muitos trechos que só são acessíveis de jipe, como a própria piscina natural.

Como eu continuo adorando o Google Maps para fazer mapas personalizados, aqui está o mapa que vocês podem imprimir ou usar on-line para chegar lá.


View Caminho para chegar a Ayo in a larger map

O Parque

Uma das deficiências do parque é que não existe nenhum mapa nem na porta nem em nenhum outro lugar, então, apesar dele ser pequeno, muita gente pode não saber por onde começar. A melhor rota é seguir o primeiro caminho à direita, se você for em frente, não tem erro.

vista da entrada do parque

Seguindo esse caminho você vai ver várias rochas de formas estranhas, em algumas delas dá pra subir e ter uma boa vista da ilha.

rocharochaayo_rock_formation_aruba (9)

Existe uma rocha em particular no caminho que tem umas pinturas indígenas por dentro. Por fora, existe uma grade que evita que as pessoas entrem e deixem sua própria inscrição do tipo: fulano ama fulana. Infelizmente, a foto que eu tirei ficou branca de tanto sol. Meu conhecimento de fotografia é bem básico e muitas vezes, em dias extremamente ensolarados como o que estava fazendo, eu tenho o problema de perder fotos, devido ao excesso de luz.

Essas pinturas, chamadas petróglifos, foram feitas pelos índios Arawak, os primeiros habitantes da ilha. Eles costumavam frequentar o Ayo para seus rituais religiosos e porque de lá eles podiam prever o tempo, ao ser mais fácil escutar ou visualizar uma tempestade em formação.

arco de folhas

trilha

A trilha é fácil o suficiente para uma criança de 4 anos fazer sozinha

Quando você chegar a essa formação rochosa, não pare pensando que acabou o caminho. Esse é o início de um túnel criado pelas próprias rochas que vai fazer um quarto de círculo ao redor do parque.

início do túnel

Início da trilha dentro do túnel

dentro do tunel

escada de pedra

Os locais escavaram uma escada na própria pedra para dar uma forcinha para a natureza

 

formação rochosa dentro do túnel

tunel

Em certos trechos só dá para passar abaixando a cabeça. Não se detenha! Siga em frente. ;)

luz no fim do túnel

A luz no fim do túnel

descendo a trilhavista de cima

vista de baixo

escultura natural

Se ao final você quiser fazer um piquenique, existem palapas com bancos e mesas para tal fim.

boca do dragão

Rocha conhecida como a Boca do Dragão

fim da trilha

fim da trilha

palapas

Palapas para piquenique

A estrutura

Esse é um problema do parque. O estacionamento fica na parte de fora, não é grande, mas é suficiente, nunca ficamos sem lugar para estacionar. Existem banheiros, mas estão sempre trancados com cadeado. Meu marido perguntou no departamento responsável e lhe informaram que só abrem os banheiros quando alugam o parque para um evento. Ah tá :o. Também não existe nenhuma lanchonete. Deve ser por isso que existe outra formação rochosa lá pertinho, que é bem menor e na minha opinião, menos legal, mas que recebe mais turistas: Casibari. Vou falar dessa formação rochosa em outro post. Como essas formações rochosas ficam pertinho, uma boa idéia é visitar as duas :).

entrada do parque

Baby Beach e Rodgers Beach

baby beach

É azul ou verde?

Baby Beach e Rodgers Beach são duas praias que ficam ao lado da refineria Valero, em San Nicolas. Nos anos 30 do século XX, elas ficavam dentro de um condomínio fechado onde moravam altos funcionários dessa empresa. E os moradores desse condomínio resolveram fechar uma parte da praia com concreto e pedras para que ela ficasse mais protegida da forte correnteza daquela zona. Com o tempo, essa enseada foi enchendo com areia, o que deixou o mar bem rasinho dentro dela e recifes se formaram fechando a enseada ainda mais. E assim, com a colaboração dos homens e da natureza nasceu Baby Beach, uma das praias mais famosas de Aruba.


Como chegar

Você pode ir de carro alugado, de táxi (sai bem mais caro que alugar carro por um dia) ou contratar transporte com alguma operadora (alguns tours pela ilha terminam lá e permitem 1h ou 2h para entrar na água). Se você for dirigindo, a primeira sugestão que eu faço é não tomar o caminho do litoral, principalmente se for durante a semana. Nos dias de semana, o trânsito pára no trecho que passa pelo centro e você pode demorar quase meia hora entre o porto e a marina (1 km). Por isso, o caminho que nós costumamos fazer entre a área dos hotéis e San Nicolas é o que começa na rotatória que está ao lado do Pizza Hut. Se você quiser ter uma experiência local mais completa, aproveite e dê uma paradinha na padaria Bright Bakery, que é a maior padaria de Aruba, além de ser a do meu bairro :-). Lá tem os melhores salgadinhos da ilha: não deixe de experimentar um dos sabores de pastechi (uma espécie de pastel com massa mais grossa), ou escolher entre croquetes, chesse balls ou mini-pizzas. Você vai estar pagando um preço local, em florins, em vez de pagar os preços típicos de lugares turísticos.

Quando você chega a San Nicolas, praticamente não existe sinalização para chegar às praias e a maioria dos turistas que aluga carro comenta que se perde neste trecho. Para que isso não aconteça, vocês tem duas opções: se usarem celular com internet, podem abrir esse mapa no caminho ou imprimir antes de ir e economizar o roaming.

View Mapa para Baby Beach in a larger map


Baby Beach


Eu acho melhor começar dizendo que existe uma refinaria bem à vista no lado direito da praia. E digo isso porque, depois de ler grande parte dos comentários do tripavisor sobre a praia, eu notei que o grande motivo pelo qual algumas pessoas se decepcionam com ela é porque existe a visão da refinaria com suas chaminés num lugar que deveria ser paradisíaco. Então para que fique bem claro, a não ser que você se posicione estrategicamente de costas para a refinaria, a sua visão à direita vai ser esta.

Vista da refinaria em Baby Beach

Dito isso, vamos à praia. Eu estou adorando fazer mapas personalizados no Google Maps, acho que fica bem mais fácil e explicativo. Por isso, se você estiver planejando uma visita a Baby Beach e Rodgers Beach, clique no link para ver o mapa em tamanho grande porque tem algumas coisas que eu marquei que não aparecem na imagem abaixo.


View Baby Beach in a larger map 

No canto superior esquerdo do mapa, existe um pin vermelho marcando Rodgers Beach e toda a enseada que se vê desde cima é Baby Beach. Você vai chegar pela esquerda do mapa e logo na chegada existe um estacionamento grande, passe reto por ele e siga adiante para o 2º estacionamento. O trecho da praia na frente deste estacionamento é bem melhor que o trecho da esquerda que se vê no mapa. O motivo: o trecho da esquerda é bem pedregoso, como dá para ver pela imagem do satélite e também tem mais correnteza.

Estacionamento em Baby Beach

Estrutura de Baby Beach – Sombra

Na praia existem várias palapas espalhadas que dão sombra. Essas palapas são públicas, o que significa que ninguém pode te cobrar nada para ficar lá e também significa que você pode ter que dividi-la com outras pessoas sem reclamar :p. Além disso existem árvores que dão bastante sombra também, mas se você chegar muito tarde, tudo vai estar tomado e só vai restar a terceira opção de sombra, que são as estruturas para duas espreguiçadeiras, alugadas a $35 mais $9 por espreguiçadeira. Essas espreguiçadeiras são para uso individual e se eles virem duas pessoas sentando-se nela, eles vem e recolhem! Já li depoimentos de turistas que surtaram por causa disso, mas não tem muito o que reclamar, porque essa regra está escrita e exposta na praia.

placa_com_regulamentos_das_cadeiras

Nós chegamos justo no momento em que uma das palapas grandes estava esvaziando. Aproveitamos, colocamos nossas coisas na mesinha de um poste e fomos para o mar. Meia hora depois já tinha dois outros grupos de turistas que estavam pendurando suas coisas nos outros postes e inclusive colocaram suas cadeiras lá embaixo. Fazer o quê? É uma estrutura de uso público…

palapa_baby_beach

Espreguiçadeiras e guardasol

O conjunto de 2 espreguiçadeiras mais guardasol custa U$ 53

sombra debaixo das árvores

Sombra grátis e natural

Estrutura de Baby Beach – comida e banheiros

Do lado ruim da praia, em direção à refinaria, existe um restaurante grande que tem ótimos banheiros, grandes e limpos. Nunca comi no restaurante, não saberia dizer se é bom nem os preços, mas já usei os banheiros (gratuitos) e recomendo. O problema é que você provavelmente vai estar do outro lado da praia e lá só existem dois barzinhos com banheiros mais simples. Não precisei entrar nos banheiros, que custam $0,50, mas tirei a foto:

banheiro Baby Beach

banheiros

Também não experimentei a comida, porque como eu disse antes, nós preferimos comprar salgadinhos na nossa padaria e levar para quando batesse a fome. Estes são os botecos que, além de vender comida e bebida, alugam equipamento para snorkel e espreguiçadeiras. A variedade da comida é bem pequena: cheeseburger, camarão frito, frango frito e batata frita.

barzinho

barzinho

 

Baby Beach – a praia

Baby Beach é tudo o que se espera de uma praia: areia branquinha, mar azul bebê incrivelmente transparente, limpíssimo, muito peixinhos nadando perto da orla e ainda por cima, você pode andar muitíssimos metros em direção ao mar e ainda ter água na sua cintura. Tudo isso nesse trecho que eu marquei no mapa com uma pessoa nadando. Essa parte da praia, se você visualizar um triângulo formado pela praia e pela barreira de cimento e pedras, é muito tranquila e indicada para crianças e gente que não sabe nadar. Lá é possível entrar mais de 100 m mar adentro e ainda ter água só um pouco acima da altura dos joellhos. Não é à toa que o que mais se vê são famílias com crianças.

 baby beach aruba
vista da praia

E se você gostar de caminhar, poderá ir bordeando a enseada e descobrir paisagens bem bonitas.

vista a partir da entrada da enseada

Olha as palapas e guardassóis lá longe… Foto perto da entrada da enseada

início da enseada
água transparente
paisagem surpreendente

 

Baby Beach – snorkel e condições de segurança

 

Baby Beach é considerada um dos melhores pontos de snorkel de Aruba e a razão é simples: a vida marinha é abundante e a água é rasinha e calma, o que a torna muito segura…será? Leia o início do post outra vez. A enseada de Baby Beach foi construída pelo homem, exatamente porque essa zona é uma zona de mar bravo e correnteza forte. Agora veja o mapa de Baby Beach com a vista do satélite: note como é visível a força da correnteza.

No entanto, a maioria dos turistas que faz snorkel se ilude pelo trecho piscinão e encantados pela vida marinha, se distraem e acabam arrastados para a entrada da enseada, naquele trecho onde eu pus um sinal de atenção no mapa. Uma coisa que poucos turistas sabem e nenhum site de turismo gosta de noticiar é que Baby Beach é palco de muitos afogamentos. Eu não sei qual é a estatística, mas eu diria que pelo menos 2 vezes por ano, alguém morre afogado por lá. Em todos os casos os afogados estavam praticando snorkel.

O governo pelo jeito já tomou uma atitude e agora a praia tem várias sinalizações nos trechos perigosos, além de placas advertindo os turistas a terem cuidado ao praticar snorkel perto da boca da enseada. Todo mundo que já fez snorkel sabe que debaixo d’água você perde o senso de direção e se você se distrai e vai atrás de um peixinho, pode ser arrastado pela correnteza. A distância da praia até esse trecho da entrada da enseada é considerável, assim que dá para fazer snorkel com segurança, desde que se tenha cuidado de não se afastar demais.

O outro sinal de atenção que eu pus fica nessa semi-piscina natural do lado esquerdo do mapa. Esse também é um ponto muito procurado pelos praticantes de snorkel e também tem seus perigos. Nesse trecho, a correnteza tende a puxar a pessoa para alto-mar e exige atenção.

mar bravo

Esse é o mar perto da entrada da enseada

Tomando as devidas precauções, fazer snorkel em Baby Beach é fácil, e tanto o centro de mergulho do lado direito quanto os botecos do lado esquerdo da praia alugam equipamento. Eles sempre dão a dica de levar um pedacinho de pão para atrair os peixes e se não for temporada de chuva, vai haver vida marinha em abundância.


Rodgers Beach

Ao lado de Baby Beach está Rodgers Beach, que também fica numa enseada, só que natural. A praia, eu considero a mais linda de Aruba, o que não é pouca coisa. O único detalhe é a falta de estrutura: nenhum banheiro público ou privado, nenhum bar ou vendedor ambulante, ou seja, zero possibilidade de comer ou beber por lá. Além disso, uma parte dela tem uma aparência abandonada, em ruínas mesmo. A sombra existe: 7 estruturas para sombra, mas chuveiros não vi nenhum.

Mas, melhor que falar, vou mostrar como está Rodgers Beach. Existe um pier abandonado que divide a praia em duas partes.

Assim como Baby Beach, a melhor parte da praia é a que está na direção oposta à da refinaria.

rodgers beach

palapas em Rodges Beach

Rodgers Beach Aruba

Do lado direito do píer fica a parte mais descuidada, mas mesmo assim tem gente que frequenta. 

Em resumo, Rodgers Beach é uma praia maravilhosa, mas só para passar algumas horinhas, devido à falta de estrutura. Assim que nada melhor que combinar Baby Beach e Rodgers, com direito a uma passadinha no Zeerover na volta. 😉

 

Táxi em Aruba – tintim por tintim

Atualizado em maio de 2017

Taxistas em geral têm má fama e costumam ser vistos por desconfiança por turistas ao redor do mundo. Mas aqui em Aruba, o turismo aqui é coisa séria e super regulamentado, se você tiver alguma reclamação a respeito dos táxis, anote a placa, o nome do taxista e providências com certeza serão tomadas. Só que não dá para reclamar sem saber o que pode e que não pode certo?

Antes de explicar como funcionam os táxis, deixa eu esclarecer que em Aruba não existe Uber, aqui é proibido o app e não existe previsão de que seja legalizado.

Pontos principais do sistema de táxi (todos os preços estão escritos em dólar americano):

  • Aqui não existe taxímetro, o preço das corridas é determinado pelo governo, que estipula as tarifas. A tabela completa pode ser vista aqui. Essa tabela foi publicada em 2009 e teoricamente perdeu a validade em 1 de setembro de 2012. Mas estamos em maio de 2017 e ela continua valendo. Quando houver uma nova, eu atualizo aqui. Exemplo de preços: aeroporto-eagle beach: $22, aeroporto-palm beach: $25.
  • Os táxis costumam ser super novos e grandes para os padrões brasileiros, normalmente são suvs ou vans. Eles não tem uma cor específica predeterminada, o que significa que podem ser de todas as cores.
  • Independente da capacidade do táxi, o número máximo de passageiros que eles podem carregar é de 5.
  • Cada passageiro tem direito a uma mala grande e uma bagagem de mão. Menores de 2 anos não contam como passageiros. Se você quiser levar uma mala além da que tem direito, $2 adicionais são cobrados.
  • Não existe o costume de se chamar um táxi na rua, acenando. Se você estiver na rua e precisar de um, melhor entrar num estabelecimento comercial e pedir que eles chamem para você.
  • A tarifa mínima são $6 e os preços tabelados sofrem um acréscimo de $3 entre as 23h e as 7h da manhã, nos domingos e feriados.
  • Nem todos os táxis tem a plaquinha amarela em cima. Se você tiver dúvida que o táxi é de verdade, veja a placa. Todas as placas de táxi começam com as letras TX.
Outra opção mais econômica seria alugar um carro de antemão e recolher no aeroporto já na chegada. O preço da diária varia de acordo a  temporada e a antecedência da reserva, mas um preço razoável seria entre $40 a $45 para um modelo econômico e ainda daria para você ir para uma praia afastada no dia seguinte, ou conhecer os ótimos restaurantes fora da zona hoteleira à noite.
Se você é do tipo que prefere chegar ao aeroporto já com o transfer agendado, sem ter que esperar na fila e não ter preocupação com aluguel de carros, mande um mail para info@guiadearuba.com, que eu ofereço opções tanto de transfer com ônibus ou com automóvel privado.

Os fogos de fim de ano

Falar de fogos de fim de ano parece chover no molhado, mas aqui em Aruba essa tradição tem algumas particularidades. Para começar, só existem 5 dias do ano em que é permitido vender fogos de artifício e somente 11 dias nos quais são permitidos usá-los. As vendas se iniciam no dia 27 de dezembro e terminam no dia 31. E até o dia de Reis (6 de janeiro) de cada ano é permitido soltá-los. Depois que eu tive minha filha, passei a dar muito valor a esse costume e já não me imagino tendo que me preocupar ao final de cada jogo se ela vai acordar da soneca com a barulheira. Agora imaginem se você só pudesse comer chocolate durante onze dias ao ano? É mais ou menos isso que acontece por aqui. As pessoas realmente aguardam essa época e se empolgam bastante.

Os fogos são vendidos em contêineres que se transformam em banquinhas por vários pontos da cidade. E existe também uma regulamentação a respeito de quais fogos podem ser vendidos. No dia 30, um comerciante teve o seu negócio fechado porque uma inspeção de rotina descobriu que ele tinha alguns tipos de fogos que são proibidos escondidos na parte de trás. Ele perdeu a licença e não vai poder mais vender nos outros anos além de ter tido todo o seu estoque recolhido.

quiosque de fogos de artifício

No dia 30 algumas barracas já davam desconto para não ficar com estoque.

Pessoas comprando caixas de fogos

Muita gente saía com caixas e caixas

fogo de artifício chamado Aruba

Um artigo especial para o mercado local

Surtido de fogos numa loja

Um exemplo do surtido

Outra tradição local é a pagara. A pagara é uma linha de bombinhas enroladas circularmente. Segundo a tradição local (parece que esse costume veio da China), dá boa sorte porque espanta o fucu (maus espíritos). Todo mundo compra a sua pagara. Todo mundo mesmo, todas as casas e todos os negócios (inclusive o governo, que acendeu sua pagara no dia 30) acendem a pagara. O tamanho da pagara é determinado pelo número de tiros. As menorzinhas tem 5.000 e as maiores compradas por particulares podem ter 100.000 ou 200.000 tiros. Nós compramos uma pequena, de 30.000. E meu marido presenciou o acendimento da maior pagara de Aruba esse ano, que foi comprada pela padaria do nosso bairro. Ela tinha 8 milhões de tiros. Depois que a pagara toda estoura, o chão fica todo vermelho e por toda parte que se vá, as calçadas estão vermelhas.

diversos tamanhos de pagara

No canto inferior direito, pode-se ver alguns tamanhos de pagara

pagara 1

A pagara da padaria toda desenrolada no chão

pagara 2

Alguns dos 8.000.000 de tiros

pagara 3

E lá se foi a pagara

Aqui um vídeo rapidíssimo da pagara, que demorou quase 5 min. para queimar toda.

Outra tradição de fim de ano é a queima de fogos promovida por um dos maiores supermercados locais. É uma queima de fogos bem grande, dura quase meia hora e vale a pena presenciar. Ela costuma ser no dia 29 ou 30 de dezembro de cada ano.

E então chega o grande dia para queima de fogos: a passagem do ano. O primeiro reveillón que eu passei aqui foi de 2003 para 2004 e apesar de ter escutado muito barulho, não deu para ver muita coisa. Então ano passado, fomos ver o reveillón na casa do meu cunhado. Ele mora num sobrado no alto de um morrinho que fica entre a orla marítima dos hotéis high rise e a parte de dentro da cidade. E ele tem sacadas que dão frente tanto para uma parte quanto para a outra. Com base nisso, eu posso dizer que o reveillón em Aruba não deve ser visto do nível do chão. Além de cada hotel fazer seu show de fogos, também os moradores fazem seu show particular. Até mesmo nós que não gastamos quase nada (menos de 40 reais) conseguimos soltar alguns fogos coloridos, imaginem aqueles que realmente se inspiram. Eu fiz dois vídeos curtinhos, de qualidade caseira, mas que dão uma idéia de como é.

Esse é o vídeo que mostra a orla marítima:

E aqui está o vídeo que mostra a cidade. Eu tentei dar uma panorâmica. Vejam como parece que todo mundo solta fogos ao mesmo tempo.

 

Qual e quanto dinheiro levar para Aruba

Atualizado em fevereiro de 2017 

A moeda de aruba é o florin arubiano. O florin herdou a antiga cotação do florin holandês em relação ao dólar, que é 1,79, ou seja  $1,00 compra Afl 1,79. Essa cotação é fixa: o florin está ancorado ao dólar, o que significa que quando o dólar está baixo, o florin também está baixo. É preciso levar em conta que essa é a cotação oficial, não significa que os estabelecimentos comerciais a sigam. Muitos estabelecimentos tem uma placa ao lado do caixa indicando qual é a taxa que eles aplicam entre as moedas, mas se não houver a placa, você sempre pode perguntar e eles te responderão sem problemas, apesar da varição ser pequena: alguns lugares fazem um câmbio de $1,00 para Afl. 1,75, outros para Afl. 1,76.

É possível comprar e vender florins e dólares nos bancos (legalmente) e em muitos cassinos (ilegalmente). Os bancos funcionam das 8h às 16h, mas nem é preciso pegar fila porque os caixas permitem o saque em dólares ou florins. Nos cassinos, as taxas costumam ser melhores, mas você tem que estar atento para não receber notas falsas. Não é comum, mas já houve casos e como não é uma transação legal, ninguém pode reclamar de nada e fica por isso mesmo.

Qualquer comércio de Aruba aceita tanto florins quanto dólares e quando você paga alguma coisa, o troco pode vir em dólares, florins ou até mesmo uma parte de cada um. Eu não recomendo que ninguém compre florins antes de vir, até porque o câmbio de muitos lugares favorece o dólar, então se você pagar em florim vai acabar perdendo. O cartão de débito do Brasil (caso tenha as bandeiras Maestro, Cirrus, etc.) é amplamente aceito e os caixas eletrônicos disponibilizam dólares, assim que se você quiser, pode vir com praticamente só o dinheiro do táxi. Mas com a subida de IOF para saques no exterior, o melhor mesmo é trazer os dólares do Brasil.

Responder a pergunta: quanto dinheiro levar para Aruba? Ou: quanto se gasta em Aruba por dia? é uma coisa difícil. Eu não sei quais as suas expectativas em relação à viagem, se vai ficar mais no hotel ou se vai fazer passeios, se quer fazer compras de relógios ou eletrônicos ou só algumas camisetas de souvenir.

Então para ajudar com essa dúvida, eu vou responder com os dados do Central Bureau of Statistics. Os últimos dados disponibilizados são do ano de 2013. Em 2013, os turistas gastaram em média $90 por dia e por pessoa. Esse gasto foi o dinheiro que o turista gastou aqui, depois da chegada, ou seja, exclui tudo o que o turista possa ter pagado pela internet ou para um agência de viagens. O gasto do turista brasileiro especificamente foi abaixo da média: $85. Para efeito de comparação: o turista americano gastou $86 ao dia, o venezuelano gastou $145 (vale lembrar que eles vêm aqui e compram até papel higiênico e fralda descartável), os famosos mãos-de-vaca holandeses gastaram $52 enquanto os canadenses gastaram $61 por dia.

Lembranças

Muita gente quebra a cabeça pensando o quê comprar para levar de lembrança de Aruba, considerando que pouca coisa é produzida aqui. A maioria acaba levando a tradicional camiseta ou boné escritos Aruba, então para fugir do óbvio, eu fiz uma listinha de coisas que podem agradar.

O mais fácil são as bebidas produzidas aqui em Aruba, que é onde mais variedade se encontra. Da última vez que a minha irmã veio, ela e minhas sobrinhas acharam legal levar a cerveja arubiana, chamada Balashi. Ela vem em garrafa ou latinha e o que elas acharam mais charmoso foram as latinhas pequenas, que além do mais não pesam tanto na bagagem. Eu não bebo cerveja, mas todo mundo que eu conheço fala que ela é bem gostosa..

Outra bebida produzida aqui é o ponche crema, o licor típico de Aruba. Ele é feito com rum e leite condensado, assim que imagino que é bem ao gosto brasileiro. Existem muitas sobremesas e coquetéis locais feitos com ele. Tem muitas marcas, só que alguns são produzidos em Curaçao, então se você fizer questão de ter um produto local, é preciso ver a embalagem. Existe uma marca local, chamada Palmera Rum que produz vários tipos de bebida, incluindo whiskey, gin, vodka e brandy.

Também são produzidos aqui toda a linha da Coca-cola, exceto a Fanta, não sei porquê. Aliás, não existe Fanta em nenhum restaurante, nem nos fast-food. Aqui também tem a fábrica da Pepsi, mas no meio do ano mudaram o nome para RC Cola. Eles continuam produzindo a Pepsi servida em restaurantes de fast-food, como o Taco Bell, mas nos supermercados o que você vai encontrar é a RC Cola, se forem garrafas pequenas. Se forem garrafas de dois litros, o nome vai ser Pepsi. Um dia, algum gênio do marketing vai ter que me explicar essa estratégia de produto porque eu nunca entendi.

coca cola de aruba

Aqui também se produz (e se consome) muitos tipos de molho picante. O preferido da minha sogra para temperar carne é o molho picante de mamão papaia. Existem várias marcas, mas duas tem o melhor visual para levar de lembrança. Olhem só que embalagens charmosas:

marca de molho de pimentaembalagem de madeira de molho picante

Aruba também produz charutos. O nome da marca é Aruhiba, fazendo um trocadilho com os famosíssimos Cohiba cubanos.

aruhiba

Talvez o produto mais tradicional arubiano seja a babosa, aqui conhecida como Aloe Vera. No século XIX dois terços da ilha eram cobertos com babosa e no início do século XX, Aruba era o maior produtor mundial. Existe uma marca chamada Aruba Aloe, de produtos de higiene pessoal que tem quase duzentos anos de existência e eles têm uma linha bem variada de produtos. Os mais tradicionais são os protetores solares: uma boa parte dos turistas deixa para comprar protetores aqui, devido à fama do produto. Mas eles tem uma linha que inclui xampus, condicionadores, desodorantes e vários outros produtos mais.

produtos de aloe vera
protetor solar de aloe

Outra opção de presente são os calendários com fotos de Aruba. Eles são bem feitos, com material de qualidade, cada mês tem uma foto de paisagem legal e uma receita de comida ou coquetel típico. Eles não pesam na bagagem e imagino que existam nas lojas de souvenirs. Como eu não frequento essas lojas, onde eu realmente sei que existem são nas papelarias e também na rua principal, numa loja chamada Ecco.

Se você já veio à Aruba e levou um souvenir legal que não está na lista, me avise que eu amplio as opções. 😉

Língua

idioma

Todos os arubianos são poliglotas e falam, pelo menos, 4 idiomas: papiamento, holandês, inglês e espanhol. Quando eu digo todos, eu quero dizer todos mesmo, incluindo a avó de 92 anos do meu marido, e os meus sobrinhos desde a mais tenra idade. Se você vai a uma repartição pública, ao hospital, ou mesmo a uma loja de celulares, antes mesmo de pegar a sua senha, o computador pergunta em qual dos quatro idiomas você quer ser atendido.

O idioma local é o papiamento, uma língua que se parece ao espanhol e com palavras do holandês. Eu ainda vou fazer um post específico sobre papiamento, mas agora o importante é entender como toda uma população chega a saber quatro línguas fluentemente.

Papiamento é a língua se fala em casa, nas festas, no dia a dia, nos jornais e nos dois canais de tv locais. É nessa língua que os bebês aprendem a falar suas primeiras palavras e é a língua usada nas creches e escolinhas, a não ser que os pais ponham o filho numa escola específica que fale outro idioma. Existem algumas creches e escolinhas em holandês e que eu saiba existe uma em inglês.

Mas Aruba faz parte do reino holandês e tem essa língua como idioma oficial. Isso significa que todo o ensino é em holandês e da primeira série até a universidade, todas as matérias são dadas em holandês. Até algum tempo atrás, o papiamento era proibido, coisas de colonialismo europeu. Depois deixou de ser proibido, mas não ensinado nas escolas. Faz menos de dez anos que o papiamento é ensinado desde a primeira série até o final do ensino secundário, como língua estrangeira.

Então uma criança típica vai aprender papiamento em casa, com sua família e se for à creche, essa vai ser a língua falada lá também. A escolinha para as crianças de 2 e 3 anos chama-se peuterschool e numa escola comum, o máximo de contato com o holandês vai ser através de algumas musiquinhas. A escola das crianças de 4 e 5 anos, é a pré-escola, chamada kleuterschool e é então que se começa a ensinar holandês para as crianças arubianas. Com jogos e brincadeiras, elas vão aprendendo o idioma, preparando-se para a grande mudança. Com seis anos, eles iniciam a primeira série e a partir daí, tudo vai ser em holandês, a não ser durante aulas de língua estrangeira.

E como entram o inglês e o espanhol nessa história? Aruba vive de turismo e até pouco tempo atrás os percentuais eram uns 80% de americanos e canadenses e o resto de latino-americanos e holandeses. Como a maioria das pessoas trabalha no setor turístico, falar inglês é essencial. Some-se isso ao fato de que o ensino de idiomas na escola é excelente, tanto que existem poucas escolas de idiomas aqui. Eu mesma nunca conheci um arubiano que tenha estudado numa escola de idiomas ou com aulas particulares.

Um outro fator são os meios de comunicação. Como a ilha só tem três canais de tv, o resto todo vem de fora. Aruba recebe praticamente todos os canais da tv aberta americana e a maioria dos canais por cabo. E esses canais são recebidos diretamente, o que nos permite assistir os noticiários e programas sem nenhum atraso. O que significa que aqui se assiste ABC, CBS etc e não canais como Sony e Warner que compram programas desses canais. Isso é possível porque não existe legenda nem dublagem. Com acesso à tv em inglês desde que nascem, as crianças já se acostumam com o idioma bem cedo e a maioria tem contato com inglês mais cedo e em mais profundidade que o próprio holandês. Os cinemas também passam filmes sem legenda, inclusive filmes infantis.

Em relação ao espanhol, o número de imigrantes de outros países, principalmente da Venezuela e Colômbia, é grande. Então é bem comum ouvir espanhol no dia a dia. A geração do meu marido é uma geração que cresceu com mais contato com espanhol do que a atual. Por que os canais americanos chegaram faz uns 20 anos e antes disso, todos os canais eram da Venezuela e do México. Então existe uma diferença de gerações em relação ao domínio de idioma. Os adolescentes e crianças falam mais inglês e menos espanhol que os adultos.

Outra característica arubiana é a multi-culturalidade: numa ilha tão pequena convivem pessoas de quase cem nacionalidades, por isso não é difícil encontrar pessoas que falem além das quatro línguas locais mais umas quantas. E esse vai ser o futuro da nossa filhota do alto dos seus 3 anos já fala português, papiamento e inglês como se fossem suas línguas maternas e pouco a pouco está assimilando espanhol e holandês.