Seguro de viagem internacional ou saúde em Aruba

Estamos a menos de uma semana de ir para o Brasil e entre os itens obrigatórios para os nossos preparativos de viagem está contratar um seguro de viagem internacional. Então, deixa eu aproveitar para esclarecer as dúvidas de quem está vindo e quer saber como funciona a saúde aqui também.

Sobre como funciona o sistema de saúde para locais, eu expliquei nesse post aqui. Só que se você vem como turista, nada disso vale para você. Até onde eu sei, independente do tipo de sistema de saúde que cada país tenha – pública ou privada – as regras só valem para cidadãos e não incluem turistas. Então para você, tudo sempre vai ser pago. Inclusive os remédios que, como eu expliquei, são gratuitos para os locais, desde que sejam prescritos por  um médico. Existem bem poucos remédios que podem ser comprados sem receita, basicamente xaropes para tosse e vitaminas. O resto todo somente com receita. Por isso vale a pena se precaver e trazer os remédios que você possa precisar. E eu acho que vale a pena ir para todas as partes com um cartão de crédito, porque mesmo em caso de urgência, eles vão pedir, sério. Nós conhecemos uma americana que se hospeda aqui há muitos anos. Ela tem um quarto por onze semanas consecutivas no mesmo hotel timeshare que meus sogros tem, então digamos que ela praticamente mora aqui quase três meses do ano. Uns anos atrás, ela sofreu um acidente de carro num cruzamento, por sorte perto do hospital. Ela quebrou o braço, sofreu umas contusões e foi levada ao hospital com rapidez. Meio grogue e assustada, ela estava ainda na maca dentro da ambulância quando o paramédico perguntou se ela tinha cartão de crédito com ela. Como ela ainda estava meio zonza, não respondeu na hora. O paramédico resolver repetir a pergunta em vez de perguntar como ela se sentia, hehehe. Segundo ela nos contou, o pessoal só ficou tranquilo para atendê-la depois de ter certeza de que ela sim, tinha um cartão de crédito. :)

Como funciona

De nada adianta fazer um seguro de viagem e não saber usar. Isso eu descobri por conta própria uns anos atrás. A primeira vez que eu viajei para fora do Brasil foi nos idos de 97, quando eu fiz um mochilão pela península ibérica. Precavida, fiz um seguro de viagem assim que eu comprei a passagem. Um belo dia, caminhando em Córdoba à noite, eu pisei em falso e torci o pé. Pensando que não tinha sido grande coisa, eu fui dormir tranquila. No dia seguinte, parecia que tinha nascido uma batata no meu tornozelo. 😮 Resolvi ir para o hospital, onde enfaixaram meu pé, me deram uma receita de anti-inflamatório e me mandaram comprar uma tobillera (tornozeleira), aumentando o meu vocabulário de espanhol da época. :p Eu guardei o recibo de tudo e voltei para o Brasil tranquila, segura de que tudo ia ser ressarcido. Afinal, era para isso que eu tinha feito o seguro, certo? Errado.

Não é assim que funcionam alguns seguros de viagem. Normalmente, eles te dão um número de atendimento 24h e qualquer coisa que aconteça, a não ser que seja urgência mesmo, tipo um acidente, é preciso uma autorização do seguro. Nos destinos mais comuns – e esse é o caso de Aruba – o seguro tem acordo com alguns médicos e ao ligar para o número de atendimento, eles mandam um médico para o seu hotel ou te dão o número de um médico para que você mesmo ligue. Esse médico vai te receitar o que você precisa e, se necessário, autorizar a sua ida para um hospital ou clínica conveniada com o seguro. Eu sei que existem várias clínicas que atendem com convênio de seguradoras aqui em Aruba, mas é inútil eu dar o endereço ou telefone porque a seguradora é que pode informar qual você pode ir.

Outro exemplo de como funciona um seguro. Na época que as nuvens do vulcão islandês paralisaram quase toda Europa, eu tinha duas conhecidas de férias no México, cada uma com seu marido. Os dois casais tinham seguro de viagem. Ao término da estadia não havia vôos para voltar para a Espanha e eles foram forçadas a ficar alguns dias mais. O que um casal fez? Resolveu pagar o resort que eles estavam alguns dias mais e quando voltaram para casa foram tentar reaver o dinheiro. O seguro deu uma banana para eles. O que o outro casal fez? Ao serem avisados de que não podiam voltar para casa, ligaram para o seguro. A seguradora disse que havia feito um acordo com um hotel do centro, um três estrelas bem longe da praia e do resort onde eles estavam hospedados. Eles foram para esse hotel, sem precisar pagar nada e ficaram lá esperando que os aeroportos europeus fossem reabertos. Então, fique ligado nas regras da seguradora para não fazer seguro à toa.

O nosso caso

Não sei como é no Brasil, mas aqui existe a opção de se fazer um seguro de viagem anual. A vantagem, em 1º lugar é econômica. Como vamos por algo mais que 30 dias, se fizermos um seguro por dia, o preço sai o dobro do que vamos pagar por um seguro anual. E com esse seguro estamos tranquilos para o resto do ano, os três. Assim que não tenho que preocupar com alguma viagem de trabalho que meu marido possa fazer ou se resolvermos aproveitar a semana do saco cheio em outubro.

Nas últimas vezes que fomos ao Brasil, fomos sem seguro. Mas no ano passado meu sogro teve um piripaque enquanto estava fazendo um cruzeiro e teve que ser hospitalizado de urgência. E também uma das minhas sobrinhas teve um ataque de bronquite enquanto estava de férias na Disney. Nem meus sogros nem meu cunhado tiveram que gastar nada porque o seguro cobriu. Como não estamos a fim de dar mole (vai que somos os próximos da lista), este ano viajamos com seguro sim.  E você, já precisou usar seu seguro de viagem? Conta aí como foi!