Festa de arromba

Quando se vive numa ilha de 110.000 habitantes,  as opções de lazer são limitadas. Não tão limitadas quanto morar numa cidade deste tamanho, porque Aruba é um destino turístico, então tem muitas coisas: parques aquáticos, praias, cinemas, restaurantes, passeios de jipe, barco, quadriciclo, submarino, etc. Mesmo assim, os passeios normalmente são bem caros e não dá pra ficar pagando mais de $50 por pessoa cada fim de semana.

Some-se a isso o fato de que muita gente se conhece. Sabe aquele lance de cidade pequena em que todo mundo se conhece? Daí imagina que a cidade pequena é uma ilha. Comparando com a minha família no Brasil: eu tenho parentes espalhados por muitíssimas cidades e estados do Brasil. Sempre tem alguém que foi estudar em algum lugar, ou conseguiu emprego longe ou casou. Minha mãe tinha quinze irmãos, meu pai tem sete e nenhum tio ou tia morava na nossa cidade. Já aqui em Aruba, a família costuma sempre estar perto, o que significa que a família é grande. Meu marido tem catorze tios e tias que moram aqui e todos têm uma prole signficativa. E a maioria das famílias tipicamente arubianas é assim.

Então, a solução para as poucas opções de lazer acessíveis e manter o contato com tanta gente é fazer festa. Aqui se comemora tudo: aniversários, bodas de casamento, batismos, comunhões, etc. Quando eu digo que se comemora, eu não estou falando de uma festinha em casa. Porque mesmo que a festa seja em casa, não tem como existir uma festa íntima. Em primeiro lugar porque comemorar aniversários é uma algo esperado. Não tem aquela de perguntar: você vai fazer alguma coisa? Se alguém faz aniversário, todo mundo que conhece a pessoa e lembra da data pode passar para dar os parabéns. Então se você fizer aniversário, trata de comprar bebidas e providenciar uns petiscos porque o convite é desnecessário, a galera vai aparecer com certeza. No aniversário do meu marido tivemos mais de setenta pessoas em casa e isso que muita gente não veio. E não existe festa surpresa? Poucas, normalmente para ser surpresa tem que ser um dia antes.

Batismos e comunhões sempre são comemorados com uma festa gigantesca, do tipo que é preciso alugar um salão, decorá-lo e imprimir convites. Não sei se existe esse costume em algum lugar do Brasil, mas eu noto que aqui e na Espanha esses dois eventos são considerados merecedores de pompa e circunstância.

Quanto às festas de criança, é quase igual ao Brasil, com temas e brincadeiras. Acho que a única diferença é que aqui sempre tem a piñata e não sei se em algum lugar do Brasil existe esse costume.

Também merecedores de uma festa grande são os aniversários de adultos que chegam a uma idade redonda, tipo 20, 30, 40, etc. e os aniversários de casamento a cada cinco anos. Para esses dois casos, a festa também costuma ser comemorada num salão ou restaurante e são enviados convites. Que eu me lembre, no Brasil somente as bodas de prata ou de ouro são comemoradas com festa, quando são, porque a maioria dos casais que eu conheço não dá muita bola para isso.

Bolo de boda

Isso significa que a nossa vida social é agitadíssima. Às vezes temos que esperar vários fins de semana para poder ir ao cinema porque praticamente todos os sábados e domingos ou nós temos uma festa ou nossos sogros (e babás oficiais) têm.

E deixa eu ir terminando o post porque preciso sair para comprar um presente de comunhão… 😉

9 ideias sobre “Festa de arromba

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  7. Oi Bel,
    Parabens pelo blog, bem bacana!
    Menina, me encontrei hahaha, tenho que ir morar ai. Eu cresci assim, era festa para tudo. Os aniversarios de casamento dos meus pais, avos e padrinhos eram sempre celebrados com muita pompa e as Bodas de Prata entao, que me lembre, os presentes eram prata, mandados fazer, pratos, copos, todos com dizeres gravados, tenho um ate hoje que era dos meus pais.
    Aniversarios idem, sempre tive festas grandes, todo mundo que fazia aniversario tinha festa, pai, mae, avo e o povo aparecia mesmo, sempre tinhamos que fazer algo exatamente como vc falou, que engracado haha
    Sinto muita falta disso na minha vida hoje em dia, vivo reclamando que aqui na Inglaterra nao se comemora nada, nem casar o povo casa mais para dar aquelas festas lindas de buffet como eu costumava ir no Brasil, que pena…
    Aproveite ao maximo, deve ser bem bacana ter tanta gente assim por perto, principalmente para a Diana..sortuda!!!
    xx

  8. Vem mesmo, Ann! Eu também gosto e está sendo muito bom para nós. Na Espanha, a nossa vida social era bem limitada. Entre o frio, os poucos amigos e que muitos deles não comemoravam nada, a gente vivia em casa. Eu tive que por uns vestidos lindos que a Diana ganhou quando bebê para ficar em casa mesmo e tirar foto porque não tínhamos quase oportunidade de exibir.

    E ela adora Aruba mesmo, quase todos os fins de semana ela encontra criançada da família para brincar.

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