Uma das coisas curiosas do carnaval arubiano é a existência do prins e pancho. Eu ainda não consegui descobrir como eles surgiram, mas o que todos me explicaram é que eles abrem o carnaval, além de participarem de todos os eventos principais. O prins é o príncipe e o pancho é o coringa, mas visualmente a única diferença entre eles é que o primeiro se veste de vermelho e o segundo se veste de azul. A eleição de prins e pancho é um dos primeiros eventos do carnaval, exatamente porque eles fazem parte de todos os outros. Além da categoria principal, existem as categorias juvenil e infantil. Em menor escala, praticamente todas as escolas fazem sua eleição. Até a creche onde minha filha estudou até o ano passado teve o seu prins e pancho. A eleição oficial não foi televisionada este ano, mas segundo me disseram o que eles precisam fazer é apresentar-se de uma maneira divertida e contar piadas.

A Rainha do Carnaval

Mas a eleição mais aguardada é a da rainha do Carnaval. Nesse caso, a competitividade é muito maior, diga-se de passagem em todas as categorias. Vou dar um micro exemplo. No ano passado, quando minha filha tinha 3 anos e estava na creche, nos avisaram que iam fazer um concurso de “rainhas”. A princípio eu não gostei da idéia, que parecia aquelas pequenas e infelizes misses americanas, todas maquiadas, tendo sua infância roubada. Mas, eles já tinham feito a parte deles e passaram um vídeo do concurso do ano anterior para as crianças assistirem, assim que ela já chegou em casa dizendo que queria dançar na frente de todo mundo com um vestido bonito (filhota tem alma de artista e adora apresentar-se em público). Assim que eu peguei um vestido emprestado de uma prima (que já havia participado de uma eleição com 3 anos) e nem expliquei para ela que havia uma competição, até porque todas as crianças iam ganhar uma faixa e um cesto de presentes. Eu disse para ela que era um show e que ela ia dançar para o papai e o resto da família. Convidamos os avós e algumas tias e primos para ver o show e para nós era só isso. Mas, qual não foi a nossa supresa, ao ver (no dia do show) que outras mães tinham torcida organizada e uniformizada com camisetas com a foto da menina, segurando adereços com as cores do vestido da criança!? Bom, o importante foi que a filhota sorriu e se divertiu à beça, nem reparou que havia uma eleição e que não ganhou.

A campanha para rainha começa quando os blocos elegem sua representante. A partir daí, é possível ver fotos das candidatas por todas as partes: nos carros, nos comércios, elas frequentam os outros eventos do carnaval e se fazem conhecidas.

A idade das rainhas infantis varia entre 7 e 10 anos, das juvenis entre 13 e 17 anos e a rainha adulta tem que ser maior de idade, com um limite de 23 anos. Ser rainha do carnaval é um sonho de muitas meninas porque o título traz um status de celebridade na ilha. Também existe a categoria “senhora do carnaval” que eu imagino que inclua qualquer mulher maior de 23 anos, mas normalmente abrange a faixa de 35 a 50 anos.

As rainhas infantil e juvenil sempre se vestem com vestidos grandes e coloridos.

A eleição da rainha adulta foi transmitida pela tv, assim que eu posso contar em que ela consiste. Primeiro, as candidatas aparecem no palco, dançando e cada uma tem seu minutinho para vir na frente e dançar em destaque. Elas se vestem com maiô ou biquíni, mas o mais normal é haver um shortinho embaixo ou uma calcinha que cobre todo o bumbum, a parte de cima também sempre cobre todo o peito, ou seja, nada a ver com os padrões nudistas brasileiros.

A segunda parte é uma apresentação rápida (1 min.) de cada uma.

A seguir veio um show com o ganhador do concurso de tumba deste ano, para dar tempo das candidatas se trocarem. Elas voltaram com a mesma roupa, mas com uma peça grande nas costas.

A seguir veio o show. Elas dublaram ou cantaram uma música acompanhadas de bailarinos.

Desde o início nós vimos que tinha uma candidata que se destacava. Ela era mais alta que as outras, era muito articulada, teve um show impecável e ao final, acabou ganhando.