Quando o carteiro chegou e o meu nome gritou com uma carta na mão

caixa de correio

Tem algumas coisas que funcionam no Brasil e que muita gente não dá valor. Uma delas é são os correios. A minha experiência com o correio brasileiro sempre foi excelente. Já em relação aos outros países que morei, dá pra fazer um ranking.

O correio holandês é impecável. Tudo o que você manda ou recebe vem a tempo, ninguém abre nada nunca. Minha mãe mandava sedex do Brasil e demorava quatro dias para chegar em Delft. Isso porque o pacote saía de Campo Grande. Imagino que se saísse de São Paulo, um dia seria economizado.

Então, voltamos a morar na Espanha. O mesmo sedex passou a demorar duas semanas para chegar. O sistema de correios do Brasil permite que você saiba exatamente onde está o seu pacote através de um sistema de rastreamento: a caixa tem um código de barras que é lido em cada lugar que ele chega. E nós comprovávamos que dois dias depois de enviado lá em CGR, o pacote chegava em Madrid. O que ele ficava fazendo lá nos doze dias seguintes até ser entregue para mim, eu nunca fui capaz de entender. Fora os extravios. Cartas simples enviadas da Holanda demoravam dez dias para chegar, quando chegavam. Uma vez enviamos um pacote com presentinhos para um bebê de uma amiga que nasceu na Holanda e o pacote sumiu. Como não tínhamos feito seguro (nunca imaginamos que precisássemos fazer um seguro para um sedex), só ouvimos umas desculpas e nada foi feito. Também sumiram ou foram devolvidos alguns pacotes enviados para nós, sem nenhuma explicação plausível. Quando a filhota nasceu, mandamos cartões de nascimento (nem sei se existe esse nome em português, mas é uma tradição holandesa – geboortekarten). Já quem recebeu e quem não recebeu e quando recebeu foi uma loteria. Nossos amigos holandeses receberam os cartões um dia depois de postado. Começamos a receber os telefonemas de parabéns no dia seguinte, incrédulos. Os cartões enviados para a Espanha chegaram uma semana depois.

E os de Aruba demoraram meses. Sim, meses, porque os correios daqui batem todos os recordes de ineficiência que existem. Hoje eu recebi uma carta enviada no Brasil no dia 10 de março, parece piada. E as cartas enviadas para qualquer parte do mundo também demoram, em média, dois meses para chegar. Todos os pacotes enviados por sedex pela minha mãe chegam abertos. Até agora nunca sumiram com nada do que tinha dentro, mas eles sempre abrem para dar uma conferida.

Mas, curiosamente, as contas de água, luz, telefone e a publicidade comercial sempre chegam a tempo. Outro fato incompreensível para mim, é o fato dos correios entrarem de férias coletivas no Natal e Ano-Novo. Sabe aquela época quando mais usam os serviços de correio? Mesmo que o hábito de mandar cartões de Natal tenha praticamente desaparecido, o de mandar presentinhos para quem mora longe não. E ainda mais num país em que muitos jovens estão fazendo faculdade fora

2 ideias sobre “Quando o carteiro chegou e o meu nome gritou com uma carta na mão

  1. Oi Bel, que legal te encontrar pela blogosfera.
    nem preciso dizer que concordo que correos da Espanha, não funciona, né? Mas… receber uma carta de março é demais.

    beijo e até mais!

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